Toda vez que a natureza nos envia "chuvas e trovoadas" somos desafiados a sair da zona de conforto. Mas muitas vezes essas chuvas e trovoadas são literalmente água abundante e choques elétricos que caem sobre nossas casas e ruas.
Para quem vive em moradias de construção precária e em local de risco, qualquer chuvisco demorado pode significar perdas enormes. As moradias podem até sofrer desmoronamentos e morte de seus moradores.
E por ironia da vida, esses lugares mais vulneráveis não são contemplados por verbas públicas, já que não são moradias regulares. As famílias vivem à própria sorte. A defesa civil apenas informa o risco de desabamento e solicita que as pessoas de mudem...
Os piores meses de chuva onde a população vulnerável precisa conviver com possíveis desastres, vai de novembro a março.
Este ano de 2022 o mês de janeiro teve chuvas muito acima do mensurado estatisticamente pelos últimos 11 anos.
Na terceira semana de janeiro tomamos conhecimento de que 2 moradias foram arrastadas pela correnteza formada pela chuva e outras muitas moradias foram destelhadas, na comunidade apadrinhada pelo projeto.
Na tentativa de transformar a vida e o futuro dessas pessoas, temos por rotina fazer visitas às moradias para captar informações relevantes. Com essas informações podemos mapear qual a melhor forma de atuar e transformar.
No sábado 29 de janeiro, de baixo de chuva, fizemos esse mapeamento na comunidade das Quatorze. A área se subdivide em 3 regiões conhecidas por "Das 14", "Das 13" e "Pinheirinho". A região chamada "Pinheirinho" é de doer no coração. São moradias muito mais vulneráveis, localizadas em terreno íngreme que, com as chuvas, sofrem erosões e formam lamaçais que dificultam os deslocamentos pela comunidade.
Chamou nossa atenção alguns trechos com tapete em plena "rua". Logo nos veio o pensamento de que teria sido doação desperdiçada. Depois refletimos melhor e concluímos que poderia se tratar de uma "técnica asfáltica". Sim! Uma forma de conter a erosão e permitir que os moradores continuassem a transitar por essas vielas, chegando à avenida principal e, de lá, se dirigir a qualquer ponto da cidade atrás de seu sustento.
Essas atividades são excelentes remédios ao nosso exercício de cidadania. Somos responsáveis diretos e indiretos por tudo que acontece em nossa cidade, Estado e Federação. Nós temos capacidade de escolher fazer algo ou deixar que a vida nos leve conforme a vontade de alguém.
Arriscamos afirmar que as pessoas que compreenderam o objetivo deste projeto, assumiram a escolha de fazer algo para mudar a realidade de muitas outras pessoas em situação de vulnerabilidade.
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